segunda-feira, 19 de outubro de 2009

E se parasse um bocado de pensar só nas coisas que me fazem bem, e visse o mundo á minha volta?
O António dorme na rua, a Sara é toxicodependente, o Alexandre não tem pais, pois estes morreram num acidente de carro, a Beatriz foi abusada pelo pai quando tinha 5 anos...
Parece estúpido ler isto, mas onde estavam as autoridades quando isto aconteçeu? Não as públicas, mas sim as familiares. Porque é que ninguém soube defender a pobre menina, indefesa e frágil...
As pessoas ficam por um canto, vasculham os caixotes do lixo, dormem em bancos de jardim ou nos suburbios das lojas, ao relento, á face de grandes ameaças...
Os jornais, os telejornais, as revistas, as fotografias, o fotojornalismo, a rádio (...) todos sabem falar, captar momentos, fazer entrevistas, e no entanto nenhum consegue agir de acordo com as necessidades de cada um... E se conseguem é uma pouca percentagem que fica favorecida.

A dona Amélia falava dos pobres, mas quando um sem abrigo lhe bateu á porta a pedir um prato de sopa "nem que fosse fria" ela bateu-lhe com a porta na cara dizendo que estava ocupada a tomar conta da neta e não tinha tempo para "o aturar".
Ás vezes a comida nem é tudo, pois falta sempre algo mais. Nem que seja um carinho ou um pequeno gesto amigo.
As pessoas não são todas iguais, mas tem quase sempre as mesmas necessidades quando entram em estado decadente, e se ajudarmos hoje, amanhã podemos ser favorecidos, porque: hoje são os outros, mas amanhã podemos ser nós.
"Deus não é imenso e não pode olhar por todos nós ao mesmo tempo"
- Tens razão, mãe.

Sem comentários:

Enviar um comentário