quarta-feira, 27 de outubro de 2010



Eu sei que eu tenho um jeito
Meio estúpido de ser
E de dizer coisas que podem magoar e te ofender
Mas cada um tem o seu jeito
Todo próprio de amar e de se defender
Você me acusa e só me preocupa
Agrava mais e mais a minha culpa
Eu faço, e desfaço, contrafeito
O meu defeito é te amar demais
Palavras são palavras
E a gente nem percebe o que disse sem querer
E o que deixou pra depois
Mais o importante é perceber
Que a nossa vida em comum
Depende só e unicamente de nós dois
Eu tento achar um jeito de explicar
Você bem que podia me aceitar
Eu sei que eu tenho um jeito meio estúpido de ser
Mas é assim que eu sei te amar
Sim, por vezes não sei se é de mim, se é de ti, ou se é mesmo de nós os dois. Existe algo que nos faz chocar de uma maneira tão intensa que me leva a deitar as mãos á cabeça e dizer "Meu Deus", ou então ser mais indirecta e apenas ficar com o olhar suspenso no vazio como se o mundo tivesse estagnado.
O problema é meu. Eu não consigo esconder o que sinto quando acho que algo não está a ser correcto e crio uma (pequena) explosão, sem perceber porque pensas tu assim.
O problema é teu. Não percebes o que por vezes eu quero dizer sem dizer e também crias uma explosão, sem perceberes porque penso eu assim.
As conclusões que eu consigo tirar disto são...
Talvez sejamos iguais, ou muito diferentes. Talvez existam coisas sem significado a que damos demasiado valor. Talvez não tenhamos sido feitos um para o outro... 
Mas a vida não se faz disso, e estou-me a cagar para os "talvez" ligando apenas as coisas que "são assim porque são".
Se somos ou não feitos um para o outro eu não sei, mas apesar de tudo continuo a pensar que te "quero" apesar do nosso "jeito estúpido de amar".

terça-feira, 12 de outubro de 2010

As paredes perdem a cor e o quarto já não transpira o nosso suor queimado no cheiro de incenso sobre a luz trémula de velas com significados diferentes.
Agora diz-me:
Onde vou guardar tantos segredos?

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Eu só tenho medo, que tudo mude, tudo parta, tudo comece a desvanecer-se e se torne em pó que voa com o vento ou desaparece com a água das chuvas.
Eu só tenho medo que tudo se torne no que nunca se chegou a tornar, que te faça desaparecer, e me faça perder a cabeça.
Eu só tenho medo de ter medo que o teu medo não seja o mesmo que o meu, eu não te posso perder.