domingo, 12 de julho de 2009

Desespero.

Era tempo de te ver, de te reencontrar. Precisava ouvir a tua voz, precisava de te abraçar. O meu corpo estava carecido da tua presença e o meu desenvolvimento físico parece ter parado desde o dia em que te foste embora.
Via-me igual. Não notava quaisquer diferenças. Mais um sinal da tua falta.

Ao olhar-me no espelho via uma pessoa que nunca pensei ser: sentia-me anoréctica, pálida, sem forças, via os meus ossos bem salientados e sentia fome e sede. Sim, mais uma vez, desde que foste embora eu perdi sentidos, perdi TUDO. Via-me só com desejos. O desejo de te ver a agarrar-me pela mão e me teres tirado daquele inferno pavorento e de onde eu já não conseguia sair.
Os dias passavam, os vícios já não podiam ser sustentados, a bateria do meu telemóvel já estava no limite de descarregado e mais uma vez não tinhas dado sinal de vida. Era o nosso dia. Mais um dos 4 que te tinhas esquecido. Tinha jurado que não esperaria mais, que seria mais um e acabava tudo.
Esperei-te até á meia-noite no nosso lugar; aquele onde me tinhas levado a ver as estrelas e demonstrado o mundo da fantasia.
Eu perguntei-te o que se passava; não demostraste interesse em responder.
Aquele objecto estava gelado. Sentia-o a deslizar pelos meus braços levemente e sentia arrepios de cada vez que o vento soprava mais forte. Bateria fraca.

Tão rápido foi que me senti ainda mais fraca; lembro-me de ter entrado em contacto com o pavimento da rua em grande choque e de ver uma mancha vermelha no chão que envolvia os meus braços e a minha cabeça.
A última coisa que senti foi que alguém me segurou a mão e tentava perceber o que se passava. Por entre aquela escuridão consegui perceber que eras tu.

“Desculpa, eu amo-te”. Isto sim, foi a ultima coisa que ouvi.

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