segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Eu corri, mas não consegui alcansar.
Quase sem fôlego, sentei-me e esperei um bom bocado pela próxima, mas tardava em chegar. 
Decidi então dar um rumo á minha espera: coloquei a mala ao ombro e comecei a caminhar no sentido a casa. Já não era muito cedo; as ruas estavam um pouco movimentadas, pois era a hora a que as pessoas, provavelmente, se dirigiam do trabalho para casa. Eu continuava a caminhar, ainda muito longe do destino, e foi aí que tu surgiste de novo no meu pensamento. Fui levada a pisar o asfalto de caminhos que percorri contigo, em segredo ou em companhia de outros, e fui também levada até tua casa, sem saber como lá tinha chegado.
A chuva caía e eu nem dava por ela, apenas queria sentir que era mais uma bela tarde de verão, e eu me dirigia para a Travessa da Sobreira, para ir ter contigo e depois voltar para casa, com um grande sorriso na cara, por mais uma evolução, por mais momentos... Eu só guardava isto na minha memória, só te queria a ti, só pensava em estar contigo, a ver o filme "P.S.: I love you", ou então a tentar tirar fotografias que calhavam sempre mal mas que ainda hoje guardo com carinho e não quero perder.
Ainda relembro hoje a nossa paixão, que morava em segredo no pensamento dos outros, como se fossemos apenas amigos. Nessa altura dava-me prazer gostar de ti, esperar todo o tempo que estivéssemos com os nossos amigos, e depois de me vires trazer a casa, fingir que ias embora e passado 2 minutos voltavas... Assim tudo começou... Ainda me lembro, como se fosse hoje, do primeiro toque dos nossos lábios, recordo o aroma da tua boca, sinto cada gesto, os calafrios, sentir os olhos a serem levados pelo coração... Nessa altura tudo era perfeito, as palavras eram outras, o carinho era diferente. Com o passar do tempo as coisa mudam, surgem os problemas... Sinceramente preferia não ter conhecido tanta coisa de ti, significaria que ainda podíamos estar felizes... Queria poder voltar ao dia 20 de Setembro de 2009, e sentir a mesma coisa. Voltar a viver tudo de novo, com a mesma intensidade, voltar a fazer tudo de novo, sem tirar nem pôr nenhuma vírgula, porque se as coisas acontecem, é a vida que nos quer treinar para o futuro e para ver se não voltamos a cair nos mesmos erros, e é por isso que tudo o que aconteceu, tinha sentido, diferente, mas á nossa maneira.
Foi nisto tudo que pensei, enquanto olhava para a tua janela e tentava imaginar-te no sofá, a cantar para mim "I can't help myself" e a olhares-me com aquele teu olhar a dizer "i love you, i want you... i wanna be with you". Este pequeno sonho, durou pouco tempo. As memórias passaram na minha cabeça em alguns minutos que quando olhei para as horas o tempo para chegar a casa já era escasso e tinha de seguir o caminho.
Olhei mais uma vez para a tua janela, fechei os olhos, "amo-te".
Dirigi-me a casa, e quando cheguei olhei para o meu quarto, para tudo o que me fazia lembrar de ti, e é impossível dizer que só existe um ou dois objectos. O quarto és tu, os odores pairam no ar abafado que o corrompe e isto vai-me trazendo a boa recordação do que já passamos aqui. Desde rir a chorar, tudo...
Não foi um mês, já passou um ano, e nem sequer parece...
Eu só sei que foram tão bons aqueles momentos, que agora tudo se resume a uma palavra que já não existe...
Parece que ainda agora estou a imaginar-te a ensinar-me os gestos do "eu, tu, juntos, sempre..."
Só queria perceber como vou esquecer isto tudo por uns tempos...

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